domingo, 29 de novembro de 2009

Nossa Desconhecida Alma...

Vamos por alguns momentos esquecer os valores materiais,
e pensar com mais carinho nos valores espirituais...
A vida ficará melhor para ser vivida...
Ósculos e amplexos,

Marcial Salaverry

Algo que se pode notar, é que quando se fala em alma, muita gente se benze, e diz ter medo de "almas do outro mundo", querendo se referir aos que já se foram, esquecendo-se, contudo, que os mortos não podem nos causar medo, pois são os vivos os que mais nos ameaçam... Mas, tranquilizem-se os mais afoitos, a alma a que estou me referindo, é nosso interior, a nossa alma, enquanto vivos estamos, e que tão pouco conhecemos, pois as pessoas parece que dão maior valor aos valores materiais do que aos espirituais. Pode-se notar que o bicho homem parece estar virado do avesso, apenas se importando para tudo o que é exterior, e aquilo que diz respeito à sua alma é posto em dúvida, pois pertence ao âmbito da intuição, dos sentimentos mais elevados. O homem anda sem tempo para essas coisas, afinal a vida anda tão difícil, temos que nos apegar mesmo é aos bens materiais, o que pode estar causando esse peso que sentimos na alma, deixando patente que é preciso uma reavaliação das atitudes. Realmente, estamos notando uma preocupação exagerada com a exterioridade da vida. Com a idéia de que "a vida está difícil", deixamos de pensar em nosso interior, naquilo que possa representar apenas trabalho para nós, sem o retorno pecuniário exigível. Esquecemo-nos da solidariedade. Com a desculpa de que precisamos lutar por nossa sobrevivência, não encontramos jamais tempo para, pelo menos ouvir quem pode necessitar de um apoio, mesmo que esta ajuda seja apenas espiritual. Deixamos de ouvir alguém que muitas vezes precisa ser ouvido, e que necessita apenas e tão somente ser ouvido. E muitas vezes nos recusamos a isso, embora saibamos que na realidade, é muito gratificante saber-se útil, saber-se que pudemos ajudar a aliviar o sofrimento de alguém, com o simples fato de a termos ouvido, e de termos dito algumas palavras de consolo, de apoio. Nosso tempo assim, fica muito mais bem empregado, do que se nos preocuparmos exclusivamente com nosso umbigo.
Como exemplos clássicos desse desprendimento da parte material, dessa idéia de ajuda espiritual, podemos citar Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Gandhi, criaturas abençoadas que jamais se preocuparam com a vida material, doando-se inteiramente à ajuda espiritual a quantos necessitassem.
Contudo, nunca poderemos deixar de mencionar os voluntários do CVV (Centro de Valorização da Vida), que deixam o sossego de seus lares, para dedicar-se à missão de salvar vidas, apenas ouvindo e procurando aconselhar àqueles que em desespero de causa, já não tem mais a quem apelar. Assim como merecem uma citação especial as voluntárias e voluntários que prestam serviços gratuitos em hospitais, creches, asilos, levando sempre seu carinho, suas palavras de conforto a pessoas que estão hospitalizadas ou abandonadas. É realmente tocante perceber a necessidade que essas pessoas têm de sentir uma presença afetuosa a seu lado, de sentir um simples aperto de mão, um afago nos cabelos. Pensem se não vale realmente a pena "perder" uma pequena parcela de seu tempo nessas visitas. Verão que não se "perde" tempo, mas sim ganha-se em créditos para nossa alma.
Vamos esquecer um pouco a "luta pela vida", para pensarmos um pouco naqueles que sequer conseguem entrar nessa luta. Os bens materiais são realmente necessários para vivermos com maior conforto, e muitos poderão dizer: "consegui com meu trabalho, quem quiser, que trabalhe". Concordo, mas sempre se pode, se não dividir isso que muito lhe custou ganhar, pelo menos dedicar um pouco de seu tempo para pensar com o coração, com a alma, e não apenas com a razão.
Quantas pessoas que tem muita riqueza material, mas que não se sentem felizes, apesar de suas posses. Não conseguem ter sua paz espiritual. De que vale tudo o que foi amealhado, se não conseguem a felicidade interior? Não tenham dúvidas de que essa paz interior é muito necessária para bem vivermos. E o melhor caminho para a encontrarmos, se chama solidariedade, desprendimento, e, sobretudo, sempre agradecermos ao Amigão a possibilidade que temos de poder ajudar a alguém da melhor maneira possível. E o conforto espiritual pode ser tudo, para quem dele necessita.

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